Cinema e NFTs: blockchain muito além das criptomoedas

Texto por: Amanda Cunha e Mello Smith Martins e Lucas Morimoto

A Netflix transformou radicalmente a nossa forma de assistir a filmes, séries e vídeos. Quem viveu na época das locadoras, sabe bem quão grande foi a mudança no setor nos últimos anos. Por outro lado, novas tecnologias continuam sendo desenvolvidas e adaptadas para as mais diversas finalidades. Por conta do Bitcoin e outras criptomoedas, por exemplo, o termo “blockchain” já se tornou parte do cotidiano de muitas pessoas.

Mas o que você talvez não saiba, é que blockchain vai muito além do Bitcoin. Prova disso é que o ator Anthony Hopkins recentemente divulgou que sua nova produção independente, “Zero Contact”, será distribuída na forma de um NFT. O que isso significa?

NFT: Non Fungible Tokens

Os NFTs, ou non fungible tokens, são certificados digitais criptográficos infungíveis, isto é, são certificados digitais, codificados, e únicos desde sua concepção (exclusivos). São bens diferenciados, contendo dados (informações ou códigos) que os tornam únicos.

Podendo possuir as mais diversas formas possíveis, os NFTs podem ser imagens, GIFs, vídeos, músicas ou até mesmo álbuns inteiros registrados dentro da blockchain (espécie de livro razão digital). Os NFTs normalmente são comercializados em marketplaces específicos, em que seus usuários vinculam sua carteira de criptoativos para a compra ou venda de tais tokens.

Dessa maneira, qualquer coisa no universo digital, como filmes ou músicas, podem ser transformados em ativos únicos e exclusivos, com sua autenticidade garantida pela rede blockchain, de maneira similar a uma criptomoeda. Vale lembrar que a rede blockchain, basicamente, impede que dados sejam copiados ou alterados, resultando em itens colecionáveis e exclusivos.

A discussão acerca dos NFTs recebeu maior destaque quanto as vendas milionárias envolvendo esses ativos/bens, tal como a venda do meme “Doge” que foi leiloado pelo valor de U$D 4 milhões. Fato é que a indústria dos NFTs vem, cada vez mais, se fortalecendo.

Artistas, atores e compositores de renome vêm utilizando tal meio para publicar e promover suas obras, fazendo com que o mercado se torne mais aquecido que nunca. Trata-se de uma solução em um mundo no qual a proteção de direitos autorais é cada vez mais difícil na prática.

Distribuição de filmes como NFTs

Na prática, isso significa que a pessoa que deseja assistir ao filme deve primeiro adquirir um NFT, acessando uma plataforma específica (no caso do filme “Zero Contact”, a plataforma chama-se “Vuele”). Assim, após o pagamento, aquela pessoa terá acesso ao “Hash”, um código identificador com o qual consegue assistir ao vídeo. Sem esse Hash, seu acesso seria negado.

Resumindo, o acesso ao filme depende de um código específico e único, adquirido pelo usuário. A distribuição de filmes na forma de NFTs também valoriza a obra e dificulta a pirataria, já que a proteção do conteúdo por uma rede blockchain cria um sistema de escassez de produto. Ainda, incentiva as pessoas a serem “donas” do filme, bem como a divulgação da obra.

Ou seja, se você ainda pensa que blockchain não faz parte do seu cotidiano, pense novamente: em breve você estará acessando filmes, músicas e outras obras na forma de NFTs.

Sobre o autor

Instituto LGPD

Produzindo estudos sobre políticas públicas para a comunicação social, novas mídias, tecnologias digitais da informação e proteção de dados pessoais, buscando ajudar na construção de uma esfera pública orientada pelos valores da democracia, da liberdade individual, dos direitos humanos e da autodeterminação informacional, em ambiente de mercado pautado pela liberdade de iniciativa e pela inovação.

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